Estou a referir-me ao nosso avó Almeida, de quem, a maioria desta família já não tem grande memória ou mesmo nenhuma. Faz impressão, não é? mas vai acontecer com todos nós.
Faz hoje 27 anos que este nosso grande avô (em tamanho e grandeza) morreu, aos 89 anos. Embora não fosse santo, era uma pessoa de grande carácter e um exemplo para todos os que tiveram o privilégio de o conhecer e de com ele aprender...
Sinto alguma nostalgia (sinal de envelhecimento) ao recordar o bom que era ter a "casa dos avós" e a "casa dos pais". Inevitávelmente, pertenço agora à geração dos mais velhos (os tais tios velhinhos....), mas não me sinto à altura de uma tão grande responsabilidade.
11 novembro 2005
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6 comentários:
Bem... eu tenho uma pequenita grande vantagem em relação aos demais primos... É que a nossa tia Lena é também minha madrinha... Concordo com a prima Inês no que toca à ascendência, pelo menos a que conheci e tão bem recordo com enorme saudade! Essa responsabilidade é a inevitabilidade da vida e da sucessão de gerações. Fica aqui os meus mais sinceros votos de que os longos anos em que a tia ocupe esses lugares sejam pelo menos tão bons como os que foram presenciados pela Nossa Avó... :)
Beijos e abraços!!!
Aqueles dois sofás que estavam na varanda ainda presenciaram algumas conversas entre mim e o avô sobre a política portuguesa. Por vezes a tia Otília vinha tentar interromper-nos e o avô não deixava.
E podem crer que era um dos melhores sítios que eu conheço para estar à conversa, ali no segundo andar, nem muito alto, nem muito baixo, com vista para a Roma e a Estados Unidos onde se cruzam....
Que bom que é recordar as pessoas que foram importantes na nossa infância,e não só.A ternura com que eu recordo estes avós que me foram tão queridos,que eram tão nossos amigos. Eu, que vivi em casa deles durante uns anos, sentia-me lá tão bem como em casa dos meus pais,(que era também a minha).O nosso Avô Almeida era muito especial.. Tinha uma figura imponente e um coração muito meigo que aliava a uns gestos de ternura bem desastrados- quem não se lembra das palmadas que ele nos dava no rabo e que muitas vezes magoavam, sem que ele se apercebesse disso.Havia um hábito na casa dos nossos avós que era o jogo de crapot(é assim?)a seguir ao jantar, em que a avó invariavlmente fazia batota e que acabava quase sempre com os dois a discutir.Aquilo era de tal maneira repetitivo que nós chegavamos a fazer apostas a ver quanto tempo aguentavam sem discutir, mas acabava tudo bem.Não se pode deixar morrer a memória dos nossos avós,pois nós tivemos a sorte de ter os melhores avós do mundo.
Sorte tenho eu em tanto elogio, ainda que imerecido. Que não soe a falsa modéstia!
De qualquer forma a pessoa importante neste post é o avó Almeida. Claro que vocês os dois estão incluidos no grupo dos de fraca ou nenhuma memória.
Á parte a tia Guida que acrescentou alguma coisa e o tio Caú que tb falou dele no seu post, os outros dois netos que com ele privaram ainda mais que nós, até agora nada disseram. Alega um deles que não sabe escrever e a outra que não tem jeito. Como se nós acreditássemos em tamanha enormidade. Espero que este "puxão de orelhas" os faça desembuchar qq coisa.
P.S.: devem estar fartos de ouvir que o avô se referia aos dois netos mais velhos, ou melhor, ao mais velho e aos outros quatro a seguir, como o "meu neto" e os "filhos da minha filha", um tinha muita personalidade, os outros eram teimosos (que nem uns burros...) coisa que nunca ninguém levou a mal e que constituia quase anedota de salão (familiar).
Este desafio para que partilhem estórias ou vivências com o avô Almeida é extensivo aos netos postiços, dos quais o único que interveio foi o Mário.
Além de "bom garfo" era realmente uma excelente companhia pra conversa, como diz o Mário.
Com o comentário que a Lena fez, lembrei-me de outra coisa que a nossa Mãe contava: o Jejá e a Gracinha, que fazem catorze meses de diferença, teimavam com qualquer coisa, como todas as crianças- o Avô Almeida dizia que o Jejá tinha muita personalidade e a Gracinha era muito teimosa...
A Mãe explicava esta reacção, dizendo que o Avô considerava o neto como o filho que nunca tinha tido. Que eu saiba nunca nenhum de nós teve ciúmes desta situação que era encarada como perfeitamente normal.
Beijos para todos
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