Com uma presença enorme nesta família, os paladares são uma expressão da nossa afectividade.
O meu jantar de hoje, preparado entre "brincolagens" (umas prateleiritas) para celebrar o novo fim de semana, foi um exemplo disso. Uma caipirinha para começar porque o trabalho que dá anuncia sempre um ritmo diferente cá em casa e os sentidos percebem logo que não há pressa. As papilas gustativas despertam para a surpresa e hoje ganharam umas ervilhas guisadas com bochechas de porco preto (intermarché- 5€ Kg.) e o respectivo ovo escalfado. Estava tão bom (!!), e ainda se requenta para qualquer um de vocês que queira cá vir provar amanhã.
A acompanhar, um touriga nacional do alentejo que a Joana cá deixou em 23 de Setembro. Eu que não morro por monocastas fiquei cliente. Sobremesa: Banana, queijo mistura de vaca e ovelha muito bom e goiabada (que o meu pai crismou de doce de tijolo). Eu gosto muito porque faço essa gracinha poucas vezes. No Porto a marmelada com queijo flamengo chama-se "ladrilhos com queijo amarelo" e pedir isso num restaurante é logo metade do gozo de a comer.
Faz hoje, dia 11, vinte sete anos que morreu o avô Almeida, o patriarca da gastronomia da nossa família, que descrevia uma viagem a Braga com as etapas do almoço ("comemos um cabrito..") e do jantar ( " havia uma carne assada..") e cujos relatos nos deixavam com toda a gula do mundo. Foi ele o inventor das fatias de queijo à avô Almeida e a gente tem muitas saudades.
Bom fim de semana.
4 comentários:
Ainda não tinha pensado nisso ,mas parece-me que és realmente o legítimo "herdeiro" da faceta gastronómica do avô. Era um grande "garfo". Ainda me lembro do tamanho dos bifes que lhe serviam que excediam a dimensão dos pratos, habitualmente acompanhados de 3 ovos estrelados. Aquela barriguinha não era oca! Abençoado apetite.
Gostava de ter metade da faceta gastronómica existente nos genes de alguns membros desta familia... Mas fica aqui o testemunho de alguém, eu mesmo, que ontem se dirigiu às instalações da empresa Porco Preto, em Barrancos e se deliciou com uma optima prova de enchidos acompanhado por um bom vinho, infelizmente do Douro... Digo infelizmente, porque estando eu num tão bom piteu numa das mais tradicionas terras alentejanas e o vinho não era alentejano...
Claro, esta visita a Barrancos esteve integrada numas Jornadas que houve em Évora da Ordem dos Médicos Veterinários apropósito dos novos regulamentos na higiene e sanidade dos produtos alimentares que entra em vigor a 2 de Janeiro!!!
beijo e Abraço para toodos
Isto de ser um bom garfo parece ser uma característica familiar. O Carlinhos que é tão frugal nessas artes de bem comer, quando vai passear, calcorreando o País ou o estrangeiro, costuma dizer: estivémos em... há lá um restaurante onde se come tão bem!... Não sei onde é que já ouvi isto. E a nossa Mãe que ia para o conservatório, saindo de Alhandra pela manhã, levando para o almoço meio quilo de carne mais batatas e um litro de café com leite, repasto que deixava as suas colegas a assistir´a tão avantajada refeição completamente boquiabertas
Ainda bem q o meu primo Nuno fõi ao encontro, já que eu me baldei. Fiquei bem representada.
Quanto à gastronomia, já jantava, sim senhor... talvez Cerelac, que é que há cá em casa hoje... :P
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