28 outubro 2005

O que vale é Sexta-Feira...

Sexta-Feira nem que chova. O que na realidade é o caso. Aproveito pois este tema da dupla Rui Veloso/Carlos Tê (para quem não conhece, o que será porventura o caso dos mais imberbes, vem no albúm "Fora de Moda", já antiguinho - nº2 do artista, mais concretamente - mas provavelmente o melhor) para avisar os mais desprevenidos que as lágrimas divinas continuarão a cair do céu no corrente fim-de-semana. Assim obriga a gravidade, aliás. Recomenda-se portanto o atavio na linha impermeável sem exagerar nas quenturas pois, apesar duma aragem fresca, o aconchego ainda se consegue sem co-adjuvantes.

Passado o momento meteorológico, devo, desde já, informar os digníssimos familiares que dar com este estabelecimento não foi empresa fácil dado o mesmo se mostrar tímido aos motores de busca. Quiçá pela parametrização admnistrativa mas seguramente pela quantidade de pistas falsas que me foram transmitidas ao longo do tempo. Adicione-se ainda o inexplicável extravio dos convites enviados pela Digníssima Administração e temos o quadro completo. Todavia, há sempre que retirar o lado positivo das dificuldades e, no caso
, lá consegui ampliar um pouco mais o conhecimento geral com a experiência. E como o conhecimento é um activo que deve ser partilhado aqui fica um sumário das minhas deambulações pela rede, em busca da tal "Família Barata" ou "Baratada", entre outras palavras-chave que me foram soprados. Com tão suficiente convicção quanto inacabada exactidão.
Peguemos no popular google e apostemos na "Família Barata". Logo através da primeira entrada, ficamos a conhecer a Família Barata, originária de Alferrarede-Santarém. Gente boa certamente, assim atesta a sua preferência clubística pelo Glorioso (sei que nem todos concordarão, mas seja ou não de vosso prazer, é uma realidade histórica incontestável). Vale a coincidência da sua ligação à aviação.
Deslizando a página encontramos pensamentos mais profundos que vos deixo no seu original para que não se perca o seu sentido:"La afirmacion de la vida como valor superior se establece definitivamente en un pasaje en que Arjuna (el lider de los Barata), duda si debe lanzarse al combate y Krishna, que es su auriga le impulsa a hacerlo, diciendole que no solo puede hacerlo sino que ademas esta obligado a ello. El dialogo entre Krishna y Arjuna sobre el carro de combate es una alegoria del ser humano enfentado asi mismo, el carro representa el cuerpo material, el vehiculo que lo lleva al combate, es decir la vida, Arjuna es la conciencia humana y Krishna es el elemento divino que llevamos con nosotros en nuestro espiritu.".

À laia de resumo, diz-se aqui que a afirmação da vida resume-se ao facto do líder dos Barata andar a matutar "vou ao não vou às hastes daquele energúmeno", enquanto o tal Krishna lhe azucrina os ouvidos com o típico " não és homem não és nada e se ficas aí quieto ainda vais fazer figura de homossexual. Não só lhe deves chegar o pelo à face como lhe deves comprimir o conjunto vegetalar". Trata-se, enfim, de uma alegoria e, se atentarmos na gravura que ilustra o texto, verificamos que isto é malta que dá forte nos destilados e permitam-me assim lançar um olhar de suspeita sobre o respectivo raciocínio. Terão também os distintos familiares reparado que tive de enveredar pela relato amaciado dos acontecimentos com o fito de proteger os leitores de menor idade. Mas estou certo que terão percepcionado o alcance da verbalidade.

Concluo o relato da minha busca com um grande clássico encontrado nos motores de busca portugueses. Nem mais, nem menos, que o brasão da família Barata, ao que parece originária de França embora em concorrência de debate com a versão da origem Aragoneza. Vá lá alguém adivinhar isto já que a rapaziada desse tempo já foi toda reciclada. Mas fica o bonequinho a título de registo e além do mais é "in". (faço aqui a ressalva, dirigida ao incauto visitante que não tem nada a ver com isto, que o autor destas linhas é Barata por adopção, ou melhor, por contracção de matrimónio. Não está assim, o caro visitante, na presença de uma desmedida demonstração de ostentacionismo, o qual aliás, e para empregar um adjectivo tão do agrado das gentes futeboleiras, não é apanágio deste agregado familiar).

Mas finalmente lá dei com o endereço da família, inultrapassável ferramenta para manter o contacto com as notícias frescas de quem vive a vida de forma tão dinâmica e tão espalhada geograficamente. Como teria sido possível num tão curto espaço de palavras ficar a saber das linhas mestras de actuação e preocupação familiar tais como o facto do Tio (que sempre conheci como) Carlos Augusto oscilar também entre o Caú, cbarata (em minúsculas para poupar as teclas Shift e Caps Lock), continuando a oferecer música da boa à rapaziada, completando a intervenção artística com momentos plásticos de inigualável beleza. Vale também a apreensão sobre o futuro da mousse de chocolate e respectivas metodologias de colocar os ovos em pasta, aquecendo sem fervendo. Fiquei também a saber que na margem Sul há quem se dedique a separar a gema da clara e que por via desse processo o galináceo resíduo fica mais em conta, embora se tenha que adquirir um contentor de produto.
Que dizer ainda da defesa do Murat ao remate do júri, que usando a técnica da paradinha simulou pela direita e disparou para a esquerda, mas o jovem, com argúcia, esticou-se e agarrou o doutoramento (graças a Deus a Joana não disparou o flash senão ainda encadeava o rapaz)? Ou mesmo das notícias do reino Beirão com a constatação de facto de D. Afonso Maria em foto ser deveras semelhante a D. Afonso Maria versão ao-vivo? Até da prima Rita que para se proteger da chuva resolveu ir aquecer-se ao vulcão, que uma mulher não é de ferro, ao contrário do que parece suceder com os homens daquelas bandas do Pacífico. E mais tantas outras novidades que aqui não resumo para evitar redundâncias vãs. E claro, as estórias sérias da história da família, que com essas não se brinca.
Comecei na Sexta, hoje já é Sábado. Sábado nem que chova.
Bom fim de semana!

3 comentários:

Tia Guida disse...

Sim senhor. Valeu a pena esperar pelas notícias dos Caldinhos-Aviador.Tardou mas arrecadou.Com essa pedalada toda não sei se o blog aguenta.Só espero que agora não parem- Bem Vindos

Lena disse...

Bem vindos à nossa comunidade bloguista. Continuem! Gostei muito. Parabéns Miguel Aviador.

Anónimo disse...

Contente. Muito contente com esta chegada triunfal.
Teria muito a comentar mas , à boleia, aproveito só para dizer se assino cbarata é porque esse é o nome que constava no meu login para o blog da Ronda que eu tive que manter.
O google tem um motor de busca exclusivo para "blogs": http://blogsearch.google.com/ que pormenoriza muita coisa engraçada.
Beijos e abraços e mudem bem de hora.