11 outubro 2005

Memórias

Transcreve-se aqui uma coisa que escrevi no http://dosquatrocaminhos.blogspot.com/ no dia 12 de Setembro passado:
"Correndo o risco de andar a particularizar o que colectivo devia ser, deixem-me recordar, resumidamente, um pedacinho da minha vida.
A minha mãe, que se foi faz amanhã dois meses, era professora de piano e dava as suas aulas em casa, em Tomar, onde vivi até aos meus quase 18 anos.
As lições, os seus ruídos musicais, as escalas e os exercícios (o Hahnon), as peças e solfejos, foram a banda sonora da minha infância. Não se pense que eu ou os meus irmãos absorviamos tudo aquilo conscientemente. Não sabiamos o que ouviamos e nem sequer ligavamos muito. Trauteavamos as músicas até com os erros dos alunos, o que por vezes tornava tudo bem divertido.
Vem isto a propósito de, às vezes, ouvir uma peça, reconhecê-la, e andar às voltas a tentar perceber porque é que aquilo me soa tão familiar. No Domingo de manhã, estava a ler o jornal e a ouvir o "Mezzo", reconheci uma música que me visitava vinda do passado. Olhei e li que era Schubert e o "Momento Musical nº 3".
Obrigado património genético, obrigado subconsciente.
Que rica maneira de começar um Domingo."

2 comentários:

Lena disse...

Partilho também dessa tua sensação!
alguma coisa, no teu caso muita, cá ficou.
Tenho muitas e boas recordações das tardes em que entrava em casa onde ecoava música clássica e de me enfiar, sorrateiramente, no escritório onde a mãe dava as lições. No fim pedia-lhe sempre para tocar alguma coisa!
Tinha uma paciência enorme para ensinar mesmo aqueles que não mostravam grandes aptidões musicais. Houve mesmo um,o Miguel Machado, que com 5 anos, queria lá saber daquilo, que chatice! só acedia a dar atenção se primeiro brincassem os dois um bocadinho às escondidas.......lembras-te?

Anónimo disse...

É bom ouvir algumas das vossas recordações... ainda não me tinham con tado uma deste género! Nunca ouvi a avó a tocar piano... tantas vezes olhei para o piano preto no quarto do fundo e pedi para que a avó tocasse algo e sempre me dizia: "A avó já não tem mãos para isso!" E eu aceitava, com pena! Saudades...
Beijos para todos!!