13 fevereiro 2006

A importância do "13 de Fevereiro"



Também eu, naturalmente, acho que a avó Rufina, a única avó que conheci, foi a melhor do mundo!
Tinha uma figura muito engraçada, pequenina, muito rolicinha, aqueles olhos doces , o cabelo muito branquinho, às vezes lilaz, sempre no sítio, sempre muito bem cheirosa com aquele perfume comprado a peso, a pele muito branquinha.
Não vivi como os meus três irmãos mais velhos em casa dos avós, mas, enquanto estudante em Lisboa, ia todas as 5ªfeiras jantar e dormir lá a casa, para grande alegria dos dois e minha também.
Substituia-os nalgumas tarefas rotineiras como pôr e levantar a mesa e jogar ao serão, krapô com o avô. Se hoje jogo alguma coisa de jeito ao meu mestre devo.
Mimavam-me o mais que podiam.
A avó era supersticiosa com o número 13, pelo menos à mesa não deixava sentar esse numero de pessoas. Bem me lembrei dela no Natal. Na nossa mesa eramos 13. Ainda hesitei, mas como eu não sou supersticiosa deixei estar assim.
Ironicamente nasceu e morreu no dia 13.
Super despachada, decidida, muito generosa, bem humorada, optimista, irrequieta, ainda parece que a estou a ver a ler o jornal de trás pra frente, de joelhos no chão e de rabo pró ar.
A mãe dizia que eu tinha herdado dela a destreza no manejo da máquina de costura. Orgulho-me disso.
Hoje, se cá estivesse, continuaria a ter o maior orgulho na família, falaria de todos sem qualquer espécie de isenção, mesmo que fossemos uns estafermos, ela acharia o contrário e defender-nos-ia de quem quer que fosse que o dissesse. Coisas de avó!

Adoro-te e nunca te vou esquecer...avó!
a 5ª neta

(tinha 6 meses na fotografia)

1 comentário:

Rita disse...

Acho que a minha bisavó ficava muito bem com 6 meses... é muito esquisito pensar em bisavós de quem não me lembro, principalmente da sua vida em crianças e antes de eu existir...
Faz-nos ver como somos insignificantes.