É verdade que não tenho escrito muito, o que me desgosta, mas o certo é que a preguiça tem tomado conta do meu cérebrozinho sem o qual eu não posso colaborar com este simpático espaço. Aparentemente nunca tenho assunto mas, quando me ponho à tarefa, lá me consigo desenvencilhar.
Acho que o Zé Barata, meu pai a quem hoje me dá jeito tratar assim, tinha um sentido de humor muito adiantado para a sua época. Achava piada a coisas muito particulares e contava histórias que todos nós sabemos e que não correspondiam ao tipo de humor da sua época.
Por exemplo: Dizer que três tipos se encontravam, um português, um francês e um diabético é uma piada que só tem piada para quem tem um sentido de humor muito especial. Eu gosto. E muito...
Outra: Um sujeito era tratado indiferenciadamente por José ou por Manel e um dia alguém lhe pergunta porquê e ele explica: Quando nascemos eramos dois irmãos gémeos e puseram-nos os nomes de José e Manel. Logo depois um de nós morreu e nunca se soube se tinha sido eu se o meu irmão. Por isso umas vezes chamam-me José e outras Manel.
Estas duas histórias, que o meu pai contava, são parte da minha herança. Eu reconto-as muito e lembro-me do ar, ora sorridente ora gargalhante, que o meu pai tinha a contá-las. Que felizes saudades.
9 comentários:
Fiquei curiosa com o resto da anedota do Português do Francês e do diabético...
Epah tb eu! Chefe tem k dp contar essa cena!!! Abraços
Eu cá recordo muito aquela de "olha que tu não m'erdas nada" e a do "vai bugiar". Houve uma vez em que me mandou bugiar e eu farta de ouvir aquilo resolvi ir aquele grande manancial de coltura, a enciclopédia a que tu e outros arrancaram as lambadas, e descobri que ir bugiar significava ir à Torre do Bugio. Disse ao pai e ele desatou a rir e acabou-se a zanga. Normalmente não duravam muito.
E quando, eu ainda casado hà pouco tempo, com as inseguranças próprias desse estado, e o teu (vosso) pai me pergunta onde é a Rua da Emenda (?). No Bairro Alto, e a que vai de tal parte para tal parte.
Não devia ser porque depois me perguntou pela Rua do Soneto e foi para o quarto do fundo.
Não resisto a contar outra mais ou menos da mesma altura.
Havia uma ventoinha antiga de secretária que não trabalhava.
-Ò Mário, você é jeitoso, veja lá se a consegue pôr a funcionar...
Depois de algum tempo e alguma transpiração e umas peças sobrantes, que nem eu nem a Lena já sabíamos onde pertenciam, ligou-se à corrente e trabalhou...
Deitou fumo e parou.
-Tivemos fresquinho por um minuto, disse o vosso pai.
Era muito engraçado o nosso pai. E quando ele começava a contar uma piada e ria, ria ,ria e começava a chorar desabaladamente e se via aflito para acabar a tal história que nos punha a rir mesmo sem sabermos o fim?
Isto de me chamar anonymous é que me chateia...
Já estava a ficar intrigada com esta de estar praqui um anónimo a chamar pai ao meu.
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